quarta-feira, 11 de agosto de 2010

não consigo fazer poesia que desça que flua
que vague que nua tudo palavra corta
da rasgada, dura, gelada que não ca
be em bolso em linha em gesto
em carta sambinha em car
ne frase corpo nem cor
ação não é verso
entrelinha ge
mido prosa
poesia ou
grito é
só fu
rac
ão

domingo, 1 de agosto de 2010

sob sua testemunha

você só carrega mistérios dentro de si, você some, você demora, você se ocupa
e tenho tido tantos ciúmes das mulheres que puderam te ler mais claramente, como eu um dia
pois depois que você se fechou, fico tateando, tentando encontrar qualquer janela, qualquer fresta ou combogó pra te lembrar de mim, pra te chamar pra mim e por mais que venhas é sempre tão insuportável pensar que vens por obediência e não por outra coisa

quarta-feira, 26 de maio de 2010

de noitinha

quando é de noitinha
me vêm umas imagens
são umas imagens de sentir
diria pré-oníricas, diriam: bobagem
sonho é sonho
outro dia tive a idéia de tocar no imaginário de uma imagem de-não-ver
me senti quase pronta
era como se tivesse virando uma coisa de tocar
e fui adiante, olhei bem fundo na janela-medo
e encarei o depois dela, de pêlos arrepiados
tem dias que a gente sente o que é o nada

terça-feira, 20 de abril de 2010

mundo vasto mundo

ter pai e mãe não é ter um braço e uma perna
ter pai e mãe é ser a natureza do que é fruto