quarta-feira, 8 de junho de 2011

mi casa, su casa 2

que coisa mais clichê dizer isso, mas:
você tem sido a minha casa.
onde conheço e desconheço cada canto
e me sinto à vontade de ali estar.
"você" implica seu corpo, sua linguagem, seu jeito de cruzar as pernas, o café quentinho, o riso de canto de boca, a hora do seu cigarro, o amor que a gente compartilha em gestos, lençóis, canções, linhas, entrelinhas.
você tem sido minha casa, ainda que eu me surpreenda tanto com você. é que se sentir em casa, como eu digo, não é uma espécie de estabilidade rotineira ou previsibilidade positiva. falo além: quando estou contigo me sinto em casa, pois é em (e com) você onde caibo mais confortavelmente, onde sinto que deveria estar: eu casa, tu casas.

domingo, 5 de junho de 2011

mi casa, su casa

amo como quem ama uma casa muito forte
mi casa, su casa
casa que quando escorrega por entre as escadas
me carrega: correnteza, corrimão, rolimã
e eu vou toda me batendo atrás, enlinhada, amarrada, incrustada
emaranhado de emoções que essa casa me remonta
faz parecer olho de furacão
mas na verdade é rabo de onda