domingo, 28 de agosto de 2011

seu desejo é uma ordem (ou: sobre uma mulher solícita)

chupo mordo lambo faço refaço até com certa timidez ousadia às vezes viro desviro morro água gostosa gostoso geme sorrio é só se concentrar desces subo prendo e fico que delícia o tempo não tem tempo noite virando manhã a cama é pequena para nós depois as pernas tremem o coração escola de samba o corpo estirado uma chuva de suor teu pau assim caidinho aquela preguiça dos deuses (vem, vem quando quiser - mos).

domingo, 21 de agosto de 2011

quando o buraco é mais embaixo

quando o buraco é um pouco mais embaixo,
e tentam a todo tempo enquadrá-lo ao que não é: beira.
ou quando o buraco mais embaixo é tão mais embaixo que de tão mais embaixo perdeu a referência de existência e virou apenas escuro.
buraco escuro é a coisa menos visível e mais sentível que (des)conheço:
toda falta tem muita presença.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

como morrer de saudade

ao abrir os olhos pela manhã
ao fechar os olhos de noitinha
ao longo do dia em momentos os mais distintos: na hora de fazer xixi, por exemplo
ou quando dá aquela coceirinha no ouvido
também ao lembrar de cortar as unhas dos pés
e sempre sempre que estalo os dedos, um por um, com minuciosa precisão
para não morrer de saudade é preciso mais cabeça que coração:
só sei morrer de saudade.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

faz sol, faz chuva
tempestade em copo d'água
lua de cortar cabelo
amor que não tem gps
tem uma coisa que é certa: não engulo carne de pescoço
- tenho apetite emocional.

ser uma mulher entre mulheres
homens
hímens
humores
não é questão hormonal
menstrual
ancestral
apenas
questão central:
aonde vou parar.