quarta-feira, 23 de janeiro de 2013
desatando
escrever (v. tr./ v. tr e pron./ v. intr./ v. pron.): aflição sem limites; respiração anti-natural; de onde vem para onde vai; impossível definir destinos
distritos detritos diâmetros
escrever é maior que qualquer coisa
viva ou morta
é maior que o cristo redentor
que o carnaval de olinda
maior, muito maior do que o amor eterno
escrever não é eterno: (tudo que não aspira ser eterno é mesmo muito grande).
além disso o que sei é que
não fiz um pacto
não nasci com gene predestinado
não possuo talento comprovado ou carimbado
não sou nenhuma promessa de futuro:
sou escritora
pratico a atividade de escrever qualquer coisa importante ou desimportante, indiscutivelmente bobagens
coisas que não almejam ser o que se vive
(o momento presente é sempre exato)
escrevo apenas porque é impossível tocar um sentimento um sopro um assovio (mas teimo)
escrevo por qualquer verdade & mentira, mas sobretudo por todos os sofrimentos inadiáveis
escrever é inadiável
até voltar a ocupar a prateleira das coisas desnecessárias no segundo seguinte.
domingo, 20 de janeiro de 2013
pintei o sete
I
esse amor não é romã
esse amor não é ah! mar
esse amor não é amora
esse amor só sabe morar
II
você não tem conserto.
meu coração-oficina só ama quem não tem conserto.
III
esparramar
IV
existe vida após a vida
V
seu silêncio é meu abismo; seu hiato, meu vazio.
dezmilvezes sua ausência do que o silêncio do seu corpo todo me gritando.
VI
e como respiro!
muito mais do que penso.
pensar tem sido minha última ferramenta.
uso os pés, as mãos, as coxas.
tenho sido artesanal.
VII
dos desafios da vida: suportar o insuportável;
dos mistérios da vida: insuportar o suportável.
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