a última semana de férias é alguma coisa tão difusa que a princípio só consigo encaixá-la entre o tudo e o nada. última semana de férias é jogar duro ou pisar mole, aquele tipo de situação que a gente nunca sabe de antemão como vai reagir.
quero acordar cedo para aproveitar o desenrolar do dia e suas infinitas possibilidades, mas fico um tanto quanto cabreira se isso significa me privar de acordar na hora que bem entender meu sono, minha cuca, meu corpo.
e aí que o mais sensato parece tentar me equilibrar num qualquer ponto de uma escala onde aproveitar ativamente conviva em harmonia com ficar de pernas pro ar.
abre parênteses (
e que liberdade fascinante é essa de não ter pressa de viver. acho mesmo que a vida precisa de um quê de coisa em vão para valer a pena.
) prosseguindo:
e é principalmente depois de um momento de relax total que surge no fundo do peito aquela vontade de experimentar o ar lá fora, colocar roupa de passear lá fora, ver as pessoas lá fora, os filmes lá fora, a cerveja gelada lá fora, os caldinhos de bobó e charque de lá de fora.
na última semana de férias sobretudo me falta um pouco o ar (já contabilizo três episódios).
na última semana de férias a possibilidade do igual é cansativa e a oportunidade do novo amedronta e instiga em doses alternadas.
na última semana de férias penso muito que não quero me matar de trabalhar, e também penso muito que queria abrir meus leques ocupacionais em prol de mais alegria pra esse coração.
na última semana de férias penso que tenho uma casa pra arrumar, um amor para vivenciar de pertinho, um filme imperdível para assistir, o tempo livre que preciso mantê-lo livre, aquela cervejinha, aquele churrasco, aquele prato de frios. as roupas pra lavar. andar de bicicleta. comer saudável. comer gostoso. uma rede. um rock.
na última semana de férias gostaria que fosse pra sempre. que a rotina não sufocasse todos esses desejos.
na última semana de férias a única coisa que eu queria mesmo era escrever. e que o resto fosse só coragem. no presente.